por Marcella Marx
Sob a água rolam,
enquanto rolam,
outras também.
Com objetivo o mesmo:
Apenas rolar.
Gerando atrito,
esculpindo com sua força
múltiplas formas.
Seu rolar ferindo e abrindo fendas
profundas e irresistíveis.
Irreversíveis marcas do rolar.
Sob o efeito da água
rolam deixando seus vestígios,
rastros de poeira e cacos.
Minúsculas partículas
perdidas no caminho.
No fluxo das ondas
vão torneando as formas,
cada vez mais arredondadas,
propícias ao rolar.
Ininterruptamente
Rolam.
Turbilhão.
Quando uma cai em saliência,
E lá permanece,
Outras rolam sem notar.
Por cima, em torno.
A forma reduzida no rolar.
Cada vez menor.
Polida e redonda.
Exímia na arte de rolar.
Até que, tão minúscula,
rolar não mais é necessário.
Flutua por entre correntes.
Areia Lunar.