por Marcella Marx
Ao Marcelo
De olhos bem fechados te vi chegando, passando pela porta, sala e quarto.
Em meio a minhas tintas, esboços, partes de mármore e restos de bronze
te vejo caminhando em minha direção.
Ouço tua voz suave
e grave gritando meu nome.
Tu trazes vento que embaralha as cartas sobre a mesa e aquece as estátuas de minha alma.
De cima de meu pedestal te recebo
– pedra bruta
à espera de teu cinzel.
A cada golpe nossos corpos se fundem
e nossos lábios são entalhados em simetria.
Até que não mais possa acordar
pois estou em teus braços.