por Marcella Marx
Aqui jaz uma velha senhora.
Cordeiro em pele de lobo.
Que de ti carrega sempre um pouco.
De tuas mãos, quando cega caminha,
toca as inseguranças lhe perseguindo.
Dos olhos, a visão de sua jornada pela floresta,
sempre desconhecida e sempre deserta.
Dos pés, o movimento futuro,
e as incertezas vagando de rosto em rosto
Dos ouvidos, a vontade de calar,
e o grito da verdade ressoando a pergunta em espera.
Da boca, a palavra ida sem retorno,
e o alcance do som em mentes dissonantes.
Dizendo mil vezes o que ninguém quer ouvir.
Aqui jaz uma velha senhora.