
por Marcella Marx
Aguardei minha vez e falei – não fui ouvido.
Entrei em silêncio e sentei-me – fiquei invisível.
Parei o carro para que atravessassem – passaram por cima.
Esperei pelo momento certo – me esqueceram.
Zelei o sono de minha pequena e, enquanto soavam frenéticas buzinas,
eu repetia em silêncio:
– filha seja gentil.