por Cassiano Rodka
Parece que a onda do momento no mundo da música é mesmo renascer das cinzas. Em especial, se a morte de sua banda ocorreu nos anos 90. Depois de Faith No More, Soundgarden e Alice in Chains, agora é a vez do Stone Temple Pilots voltar (mais uma vez) aos palcos e rádios do planeta.
Nem todo retorno dá certo, mas alguns dão gosto de ver. E este é o caso com a banda de Scott Weiland, Eric Kretz e os irmãos Robert e Dean DeLeo. A reunião surgiu, na verdade, porque o STP ainda devia um disco à Atlantic Records. Apesar dessa obrigação, os integrantes declararam que estavam felizes em tocarem juntos novamente. O disco homônimo do Stone Temple Pilots não deixa a menor dúvida: a banda continua com vigor suficiente para criar belas canções de rock com poderosos riffs de guitarra.
O inconfundível vocal de Scott Weiland, como sempre, se destaca. Impossível não se contagiar com a melodia do single “Between the Lines” ou com a voz macia do cantor em “Samba Nova”. O trabalho de guitarra de Dean DeLeo continua invejável, fabricando riffs singulares, como o que compõe a faixa “Hazy Daze” e os divertidos licks agudos de “Hickory Dichotomy”. Em “Huckleberry Crumble” e “Bagman”, percebe-se a forte influência do Aerosmith no catálogo da banda, enquanto “First Kiss on Mars” e “Maver” fazem reverência aos Beatles. Os anos 60 sempre foram uma importante influência para o STP e, nessa seleção de músicas, isso fica mais claro do que nunca.
A banda está atualmente em turnê pela Europa, esgotando os ingressos de várias apresentações. Tive a oportunidade de assistir um show deles durante a divulgação do álbum “Shangri-La-Dee-Da” e só posso desejar que eles apareçam aqui no Brasil para trazer a excelente vibe da banda ao vivo. Quem sabe eles não arranjam um tempo na agenda para experimentar uma caipirinha?