
por Clarice Casado
Se eu fosse lhes contar
a história dos meus passos,
eu precisaria de mil folhas
e vinte lápis.
Teria que estar
com a coluna em forma
e o braço direito bem forte.
Precisaria vasculhar a memória
e ir retirando tudo
(suavemente)
de dentro de mim.
Os passos que me importam,
porém, não são os meus.
São os dos habitantes de minha vida:
O saltito alegre de Angelina
O arrastar pensativo de Vito
O firme pisar de Márcio –
conheço-os todos.
De longe, sempre sei quem
está chegando.
Sem os passos deles, senhores,
não haveria o menor sentido
em contar-lhes, um dia, os meus.
AMEI!!!
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