
por Clarice Casado
Me contas
das loucuras da cidade cinza –
Cidade cinza, que um dia ainda
há de parar
de estagnar por completo
ficar presa em si mesma,
para sempre.
Cidade cinza,
sem ir e
nem vir,
O que será de ti?
O que será de teus habitantes,
das tuas belas ruas
dos teus infinitos veículos
dos teus muitos sotaques
das tuas avassaladoras chuvas?
Cidade cinza,
sem o teu hipnótico movimento,
como haverás de viver?
Chorarás sozinha no escuro?
Te perderás em lentas lembranças?
Tu, cidade cinza,
serás capaz de sobreviver
a ti mesma?