
por Isabel Dall’Agnol
Atirei-me nua na grama,
na esperança de despir-me
de todos os meus sentimentos.
Enquanto o vento
beijava o meu rosto,
desejei rasgar minha pele.
Enquanto admirava as
pétalas da árvore,
que me fazia sombra,
quis perder a visão.
Enquanto respirava o
cheiro do verde molhado,
almejei sufocar meus pulmões.
Enquanto o sol, gentilmente,
penetrava em minha casca,
ansiei arrancar meu coração.
E, por saber que
jamais seria capaz,
fantasiei chover
cacos de vidro.
Clamei por isso.