
por Isabel Dall’Agnol
À minha vó querida, Zenyra, por quem sinto uma eterna saudade.
De longe, eu a
observava na sala.
Uma pergunta voejava
em minha cabeça, enquanto ela
deitava seu braço em sua testa.
Será que ela também sentia medo?!
Quando ela decidiu dormir,
demorei para aceitar.
Mas desejei que, ao
despertar, ela o encontrasse.
Não haveria de ser diferente.
Sempre que penso nela,
sinto o cheiro de praia.
Memórias de um passado
distante, e não tão
distante, tomam conta
dos meus sentidos.
Prefiro ficar com as
boas lembranças.
Suspeito que seja ela
quem ilumina
meus caminhos.
Gosto da ideia.
Fortalece meus desejos.
Às vezes, conversamos
em sonhos e sua boca
vermelha sempre
prende meus olhos.
Ao menos, sei onde
buscar suas mãos macias.