
por Isabel Dall’Agnol
Minha mão acaricia
tua pele calma,
enquanto escutamos
sussurrar uma melodia.
Sinto teu peito encostar
minhas costas nuas.
E tua barba caminhar,
delicadamente,
pelo meu ombro.
Tuas coxas esquentam
minha cintura.
Nossas mãos namoram,
imitando o ritmo das aves.
Tua boca me convida.
O tempo todo.
E a tua essência,
solta, agasalha
o meu ser.
Quando alcanço teus olhos,
percebo que são os teus
braços o meu ninho.
É em ti que refletem
minhas asas.
Assobios preenchem
meu espaço.
Meu corpo se entrega
à tua dança.
A descoberta rompe
o meu eixo.
Teus dedos enfeitam
minha natureza
acelerada.
O instante já está
em mim marcado.
É a certeza de que
compartilhamos do
mesmo voo.