
por Isabel Dall’Agnol
Olhou no vidro e
não viu quase nada.
Perdera o viço.
A pele cinza e os
olhos sombrios eram
a pista, que se perdia
na carne farta.
Via tudo embaçado.
Mediu sua velha armadura
e sentiu pena.
A mancha ocupava
o seu íntimo.
Concentrou-se no
volume de falhas.
A culpa vestiu
o segredo.
Ligou o morbo aos
dias da ordem.
Cobriu a mania.
Lamentou a bagunça.
Encarou o retrato.
Fez-se tão pequena
e seca, que, finalmente,
assim refletiu.