
por Clarice Casado
Não pertenço mais a lugar algum.
Lendo os versos de Drummond, tenho mais certeza ainda.
Sou poeta?
A dúvida me assola.
Me arrasa.
Somente as ideias, nada além.
Faço barquinhos de papel para me distrair.
Faço poemas em barquinhos para abstrair.
Tento não escrever sobre o amor e a morte.
Nunca consigo.
Drummond disse que é preciso permanecer bêbado.
Como alguém pode ser tão poeta?