
Uma voz esganiçada de quem está entrando na adolescência, riffs de guitarra agudinhos e violões folk punk. Quem assistia Lado B nos anos 90 provavelmente identifica essa descrição como o som do Superchunk.
O vocalista e guitarrista da banda, Mac McCaughan, esteve recentemente em São Paulo tocando músicas do grupo e de seu outro projeto, o Portastatic. Prestes a lançar seu primeiro disco solo, Mac também apresentou duas músicas novas que estarão em “Non-Believers”, uma viagem à era do pós-punk (resenha no P2 em breve!). Diferente do álbum (que tem muitos sintetizadores e diversas camadas musicais), o compositor fez uma apresentação intimista, apenas ele e uma guitarra. A decisão de fazer o show com uma guitarra e não com um violão foi certeira, deixando o set mais enérgico, mas sem perder o clima desnudo das canções.

Dando prioridade ao repertório do Superchunk, Mac agradou aos discípulos de Fábio Massari, que cantaram junto alguns dos principais singles da banda, como “Driveway to Driveway”, “Crossed Wires” e “Me & You & Jackie Mittoo”. As duas músicas novas, “Lost Again” e “Only Do”, deixaram clara a influência de bandas como Joy Division e New Order no disco solo do cantor. Mac elogiou a música brasileira (ele já gravou um EP só com covers de artistas daqui) e contou que havia sido avisado sobre como o público do Brasil costuma saber cantar as músicas nos shows. Convidou todos a fazerem backings em “Digging for Something” e deixou a arena do Centro Cultural São Paulo.
Enquanto as pessoas já se levantavam para deixar o local, Mac voltou ao palco para cantar mais duas faixas do Superchunk, “Detroit Has a Skyline” e “Slack Motherfucker”, acompanhado de muitas vozes da plateia, é claro. O show terminou numa vibe muito boa, deixando aquele doce gostinho de quero mais.