
por Isabel Dall’Agnol
Às vezes, sinto que
o mundo me testa.
Cria demônios em anjos.
Escurece o sonho,
devagar.
Mata a alma e
cria lugar.
Deixa de estar.
Amarrota minhas
mãos, cansadas.
Mas alcanço.
O vão.
Em vão.
Atormenta o senso,
enquanto embrulha
o estômago.
Às vezes, sinto que o chão
se despede.
A página se cala.
E me perco.
Humilho o
semblante.
Visto a pele,
em chamas.
Mostro, querendo
correr.
Quero esconder.
E me esquecer.
Deixar, então,
que perturbe
e se grude.
Só.
Deserto.
Fio, que me costura
o talhe.
E prende a minha sede.
É sina,
que me cobre.
Mente o tempo.
Eterno nó.
Livre de braços.
Abraço o destino.
Sou a noite que inunda.
Que arrepia a tua crina.
Provoca os teus lábios.
E cala o teu olhar.
Sou dor esquecida.
Saudade vazia.
Culpa de desejo.
Escassez de calor.
Gostei mto!!!
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