Kamasi Washington não poupou esforços em seu primeiro disco solo. O saxofonista norte-americano reuniu 14 músicos, uma orquestra de 9 integrantes e um coro de 14 vozes (que inclui a cantora brasileira Thalma de Freitas) para dar vida a um jazz psicodélico e grandioso, que parece ligar os pontos de onde o gênero já esteve no passado com a sua atuação no presente.
Apropriadamente intitulado “The Epic”, o disco triplo traz composições monumentais que englobam improvisos jazz com orquestrações cinematográficas e vocalizações pop anos 50.
Já tendo participado de discos de artistas de universos variados, como Stanley Clarke, Chaka Khan e Kendrick Lamar, o músico aprendeu a transitar por uma variedade de gêneros com muita naturalidade. É difícil não pensar no jazz fusion de Miles Davis.
O tema do álbum foi inspirado em um sonho recorrente do saxofonista: um guarda protege um enorme portão à espera de um guerreiro que o derrote e tome o seu lugar. Além de transformar o sonho em melodia, o músico promete que a história será lançada em formato graphic novel.
Com quase três horas de duração, “The Epic” vai na contramão de qualquer obra musical atual, convidando o ouvinte a parar para escutar as músicas e mergulhar fundo nas suntuosas melodias.
Se esse é apenas o primeiro passo de Kamasi Washington, eu mal posso esperar o que vem pela frente.