
Maria temia perder. Detestava competir, mas, se desafiada, Maria seguia em frente, mesmo ultrapassando a linha de chegada de seu limite.
Maria receava se perder, no entanto, adorava atalhos, trilhas mal sinalizadas e caminhos cujos avisos alertavam: proibido ultrapassar.
Maria enlouquecia ao perder de vista o que lhe era mais caro. Quando criança, havia sido sua coleção de ursinhos carinhosos. Misteriosamente desapareceram do jardim onde ela brincava. Haviam, acreditava ela, criado vida própria, cavado um túnel e construído seu império subterrâneo longe do alcance das crianças.
Perder para Maria era tão vital quanto havia sido cair enquanto aprendia a andar.
Quando Maria se perdia em suas andanças pelo mundo, ela frequentemente encontrava o que nem sabia ser desconhecido.
Os bens mais preciosos de Maria não podiam ser guardados no armário, ou na gaveta da penteadeira. Ficavam soltos ao vento e, se permaneciam com ela, era porque Maria os deixava voar.