
Para o Márcio, my baby, alimento de todos os meus poemas de amor, pra sempre.
Eu gosto de ti até quando não gosto,
E amo respirar todos os teus pedacinhos,
Me embriago com o teu cheiro na madrugada, e com tuas mãos em mim, completo.
Me movo com toda a tua imprevisibilidade.
E desejo cada vez mais esse teu eu incentivador, carinhoso e protetor, me dizendo, “Enfrenta, guria!”.
Hoje me sinto perdida, em meio à casa que vai pouco a pouco ficando sem vida,
Ouço nossas risadas nas paredes,
E as melodias que encheram tudo com tanto amor, nesses últimos dez anos.
Sinto o aroma delicioso dos teus jantares passados, e a alegria escrita em cada um de nós quatro ao deles desfrutar.
Me despedaço a cada janela fechada, a cada foto guardada, a cada bilhete ou desenho encaixotado.
Sinto o sal no meu rosto, e o sol se exibindo em seu último espetáculo.
Só pra mim.
Fotografo mentalmente cada pedaço da sala, dos quartos, do meu banheiro, meu retiro, onde tanto refleti, chorei, sorri e fiz milhões de poemas.
Então, eu sereno,
Porque sei que estás comigo,
Aguardando a imensidão do que ainda virá.