
Ao Bernardo, com o amor das descobertas
O mundo é belo sob os olhos de Bernardo,
E assim deve ser
Diante deles tudo é, pela primeira, vez de novo
A formiga caminha aflita e pica o dedo,
O dedo cresce e fica maior que os outros.
A chuva cai, molha a cabeça e escorre até a boca; a língua alcança a água e descobre o gosto.
O trovão ressoa pelo corpo, os olhos miram o céu, mas trovão não se vê, só assusta.
A verruga é grande e mole, e dá vontade de puxar. Vontade Bernardo tem de sobra.
A injeção é fininha, mas machuca…
Choram os olhos azuis de Bernardo, sem entender o porquê das coisas.
Eles me encontram atrás do lençol:
– Bernardo!
A gargalhada o descobre.