
A calça verde
segue etiquetada
no armário.
Enquanto as maquiagens
dormem
por cima da pia.
O reflexo no espelho…
Nossas caretas
para passar o tempo.
De quando em quando
me doem lágrimas.
Que, sequer,
posso agarrar.
Queria eu
ser fantasia.
Estar no colo
da minha Bordini, 28.
Sob a parreira cor de uva.
Sem o compromisso.
Sem a conta.
Sem o amanhã.
Queria pai,
mãe, irmã…
Quando devo eu
ser mármore em poeira.
Sigo.
Espero.
Espera.
É tempo de espera.
Partido em esperança.