
Teu olhar desanda.
E a boca se esconde.
E a vontade
se perde na distância.
Não há beleza
que te cubra.
Ou palavras
que te sorriam.
Ou mãos
que te alcancem.
O meu calor
tem sede.
O meu carinho
tem ânsia.
O meu gosto
te chama.
Esse agora
me dá medo.
O pensamento
faz-se ausente.
E aquele sonho
só ressente.
Meu corpo
cansou de pedir.
E essa tristeza…
Que tomou conta
dos teus lábios.
É a sobra.
Está frio.
Desatento,
aquece esse vazio.
Por último,
que suplico.
Aperta.
Toma.
Despele.
Nosso segredo
é pó.
Nosso balanço
ficou antigo.
Eu já não sou
abrigo.
O que dói
não te toca.
O que invade
te foge.
Eu já não sou
sorte.
Vago.
Retrato.
E recolho.
O que me resta
é o despedir.