
meu corpo perde o prumo⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
entre o pulso e o impulso⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
flutuo em minha própria armadura de fios transparentes⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
repelindo e atraindo⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
sombra e luz⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
luz e sombra⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
na meia lua do meu peito sangrando⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
por ser de tantos⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
e de ninguém⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
lua cheia de desencontros⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
ela gira e gira em torno do meu texto⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
eu perco o eixo⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
e o contexto⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
expandindo e contraindo o mar em mim⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
minguando até a última gota da palavra⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
no céu⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
da palavra⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
na terra⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
da palavra sangrando lua
Texto inspirado em uma foto de Isabel Dall’Agnol como parte do Desafio de Novembro do P2.