
A cinebiografia de Aretha Franklin está nos cinemas com Jennifer Hudson no papel da cantora. Uma das coisas mais interessantes da sua carreira que o filme dá uma pincelada, mas não se aprofunda, é o como ela transformou uma canção machistinha num hino feminista.
“Respect” foi escrita e interpretada por Otis Redding em 1965. A letra falava sobre um cara que chega em casa do trabalho, cansado e tudo que ele pede é que a sua esposa dê a ele um pouquinho de respeito. Tadjiiinho! Ele diz que dá tudo que ela quiser, todo o seu dinheiro, mas, em troca, ele demanda respeito SEMPRE que ele precisar. Respeito aqui significa SEXO. É aquele manjado esquema marido-trabalha-mulher-serve.
Dois anos depois, nossa amiga Aretha pegou essa canção e deu uma recauchutada boniIIta! Em sua versão, a esposa é quem demanda respeito, invertendo os papéis convencionais de marido e mulher. A versão da cantora é praticamente uma resposta à letra de Otis Redding: ela garante que tem dinheiro, que não é isso que ela precisa dele, mas sim que ele saque a sua pistola e… sockittomesockittomesockittome! “Sock it to me”, em tradução livre é “METE LEGAL!”
A música se tornou o grande hit da cantora e lhe garantiu diversos prêmios. Se tem algo que Aretha Franklin conseguiu com essa história toda é uma boa dose de – R-E-S-P-E-C-T – respeito mundial.