O saxofonista nova-iorquino John Zorn retornou ao Brasil para apresentar a nova formação de um dos seus mais conhecidos projetos, o Masada. Mesclando free jazz com música judaica, o compositor criou um extenso repertório de canções que ele vem apresentando ao vivo em diferentes formatos. O novo quarteto conta com Zorn no saxofone, Kenny Wollesen na bateria, Julian Lage na guitarra e Jorge Roeder no baixo. A grande novidade é mesmo a troca do trompete pela guitarra, o que deu um toque novo aos arranjos. A inclusão de dois integrantes jovens nos instrumentos de cordas também chama a atenção e pode ter dado um gás na performance.
Com três datas no SESC Pompeia, o músico mostrou a sinergia de sua nova banda em uma hora de show com canções pinçadas de seu enorme catálogo. Se ele fosse tocar tudo que já compôs para o Masada, precisaria de uma residência de uma semana na casa. Apesar de ser um pouco mais curto do que poderia ser, o show te deixa em transe com o som extraído da conexão dos integrantes da banda. Zorn, além de tocar saxofone, serve de maestro para o grupo. É um show à parte assistir seus gestos apontando para os outos músicos, dando o ritmo e as pausas necessárias para deixar cada canção impecável.
Conhecido por ser um tanto fechado, John Zorn surpreendentemente demonstrou muito bom humor no palco, mandando até “beijinhos” em bom português para agradecer o público presente. Acredito que tanto o espaço bacana do Teatro do SESC Pompeia como a plateia atenta e empolgada tenham garantido esse entusiasmo.
